Este assunto sempre encontrou divergências de pensamento, desde o tempo de Mesmer, com suas experiências e práticas com magnetismo, até nos dias atuais.
Como o doutor Charpignon disse em sua obra Magnetismo sobrenatural (Magnétisme surnaturel): `a ciência e a crença no mundo sobrenatural foram e ainda são quase sempre dois estados antagonistas da inteligência humana. Todavia, todas as duas tem raízes no espírito de verdade. Por que, pois, não puderam se aliar e por que uma tende a sufocar a outra na maioria dos homens? Não seria porque o cientista, habituado a tocar a matéria e a compreender o mecanismo de suas leis, perde pouco a pouco a ideia das coisas invisíveis e sobrenaturais, e acaba por não mais acreditar no que foge da esfera do raciocínio e das leis físicas? Não seria também porque os homens de fé, os homens com crenças místicas, seguros da sua convicção, negligenciam demais, em geral, o estudo das leis físicas e que, arrastados por uma falta de conhecimentos bastante exatos, avançam e apoiam fatos que parecem incompatíveis com as leis conhecidas e que, às vezes, veem a ser desmentidos pela experiência prática? ´
Durante o tempo em que tenho tido a oportunidade de encontrar um caminho de aprendizado em várias linhas de estudo de hipnoterapia, percebi que as pessoas tendem a criarem suas opiniões em cima de pouca pesquisa e ainda uma grande falta de interesse em abrir novas percepções sobre tudo que envolve a mente humana, limitando-se a seguirem opiniões alheias ou aos seus próprios bloqueios devido a crenças pessoais.
Então, me disponho a escrever aqui algo sobre o assunto com base em fatos reais descritos em livros de grandes magnetizadores do passado, para que os leitores possam criar interesse na pesquisa séria, e assim, dar uma passo para a abertura de um pensamento voltado e permissivo as novas possibilidades.
O Exagero no misticismo acabou influenciando na incredulidade sobre certos fenômenos considerados sobrenaturais, talvez devido a conduta de muitos, sem a preocupação de levarem esclarecimentos mais fundamentados, pois é certo que, podemos produzir ilusões facilmente, como já se comprovou com as práticas da hipnose.
Desde Mesmer, muitos magnetizadores encontraram pessoas com capacidades mais apuradas em estados de transe mais profundos, aos quais chamaram de sonambúlicos, e que podiam trazer informações precisas sobre diversas questões pessoais e espirituais.
Como citado no livro Tratado Completo de Magnetismo Animal (pg.427), Deleuze, em sua correspondência com o doutor Billot, menciona as aparições como fenômenos aos que pessoas magnetizadas pareciam estabelecer uma comunicação com as inteligências imateriais, tendo vários exemplos de pessoas que obtiveram mensagens muito apuradas de acontecimentos futuros, aos quais foram verificadas posteriormente.
Nas minhas próprias experiências, tanto em consultório, como em diversos cursos que eu já ministrei, a prática do magnetismo, de certa forma, abre percepções extra sensoriais e tudo aquilo que levamos nossa atenção se torna uma possibilidade a uma compreensão diferente e nova. Um dos fatores que mais me chamou a atenção foi o fato de que vivemos automatizados por uma realidade distorcida e quando modificamos a observação, trazendo elementos s de compreensão, abre-se uma forma de comunicação que vai além do que se poderia provar pelos aspectos normais da nossa ciência. Uma das formas de comunicação que se apresentam com facilidade é a telepatia, onde podemos reproduzir a experiência através da ligação entre duas pessoas. Então, voltando-se ao entendimento deste tipo de comunicação, podemos analisar através do que já se foi visto no nosso mundo atual, explicações que entram na capacidade individual de cada um de nós. E indo nesta linha de comunicação, ainda arriscamos afirmar que através de um tipo de sintonia de ondulação eletromagnética seria possível entrar em comunicação com outros que não estão neste plano terrestre.
Como disse Swedenborg (psychologie physiologigue): O anjo pensa de acordo com os objetos espirituais, e o homem segundo os objetos naturais, desta forma, as aproximações individuais são raras, apesar de que, entre os dois mundos, as comunicações sejam incessantes e tão naturais, que elas se confundem com a sensação da vida e permanecem despercebidas.
Naturalmente somos aprendizes e ainda temos um longo caminho a ser explorado, mas deixo aqui uma semente para entusiasmar os interessados em ampliarem seus conhecimentos nesta linha de estudo, devemos seguir com as pesquisas e experiências juntamente com a ciência e a filosofia, pois assim poderemos dar base sólida ao pensamento voltado as questões espirituais.
Desta forma podemos compreender que, dentro deste pensamento, a ciência torna a filosofia pragmática e ajuda a prática da espiritualidade ser mais qualificada e consciente, por sua vez a espiritualidade inspira e eleva a filosofia e propõe a ciência um desafio transcendental, já a filosofia horizontaliza e democratiza a espiritualidade, ensina a pensar e oferece a ciência o poder de um propósito, tornando-se como um processo de empoderamento.
Faço um convite a todos os leitores que busquem na leitura as pesquisas apropriadas, mas que deixem espaço para uma prática respeitosa, assim poderemos auxiliar a manter este assunto, tão polêmico, dentro de níveis aceitáveis de discussão sadia.
O Magnetismo realmente foi e é um grande passo na compreensão de estados ampliados de consciência, como também sobre as questões espirituais que afetam a todos nós de alguma maneira.
Leila Mahud